quinta-feira, 21 de março de 2013

A deficiência e as casas de show no Brasil 3


Antes de qualquer coisa, eu gostaria de pedir desculpas àqueles que seguem ao meu blog, pela demora em postar esta última postagem sobre shows para deficientes, eu não consigo compreender muito bem ao Google+ e parece que a minha divulgação da comunidade no mesmo foi vista como “spam” o que me penalizou com uma suspensão temporária.

Depois da publicação do especial “Terror em Santa Maria”, eu volto para concluir a “série” das casas de show e os deficientes.



Depois do infame show que eu vivi no Morumbi, eu demoraria um pouco para voltar a assistir alguma coisa, foi somente agora em novembro de 2012 que eu voltei a assistir um show e a experiência voltou a não ser nada boa.

Minha sobrinha convidou minha esposa para assistir o show comemorativo de 30 anos de carreira do cantor Daniel, no Credicard Hall. Eu só havia ido a um show nesta casa em janeiro de 2003 acompanhando a minha filha, naquela época eu ainda caminhava embora com dificuldade, mas, dado o nome da casa, eu esperava receber tratamento descente tal qual o que recebi no HSBC Brasil, triste engano.

Fomos ao Credicard Hall para adquirir os ingressos, os cartazes com o nome da Tickets For Fun junto a bilheteria já eram o prenuncio de confusão.



A casa começou a mostrar sua desorganização já no atendimento da bilheteria, foram necessárias duas atendentes para chegarem a conclusão de “onde” ficava o local destinado a deficientes, por fim, chegaram a conclusão que o local ficava na área vip, mas, ao contrario do HSBC Brasil, o Credicard Hall não tem um preço diferencial, ou seja eles não fizeram nada além de vender um ingresso vip, pelo preço vip e não possuem locais mais baratos acessíveis.



A discussão da compra se estendeu e eu já nem tinha mais vontade de ir ao show, nem vontade de discutir, quando a minha esposa acabou pagando mais caro para que eu pudesse assistir ao show em um lugar “acessível”, eles ainda venderam o meu ingresso cobrando metade, como se estivessem fazendo um favor e não cumprindo uma lei.
No dia do show, o que estava ruim ficou muito pior. A casa não dispõe de uma área de desembarque para deficientes, é necessário ingressar no estacionamento, onde as vagas exclusivas distam ao menos 50 m da portaria.

Estava chovendo e a vaga e o acesso são descobertos. Minha esposa caminhou sob chuva até a portaria para solicitar uma cadeira de rodas, minutos mais tarde um segurança totalmente despreparado apareceu com uma cadeira de rodas pequena, eu não cabia nela, mais alguns minutos e ele retornou com uma maior com os pneus vazios.
A cadeira não era muito comum, parecia ser de uso específico para alguma determinada deficiência, o segurança confessou que a cadeira não era do estabelecimento, havia sido esquecida lá, o estabelecimento só dispõe das pequenas.

Eu me sentei na cadeira e embora ela fosse larga, as rodas tocavam em minha calça, estava chovendo, o chão estava molhado e quando eu cheguei à portaria estava molhado e sujo.

Chegar ao local que me fora estipulado como “acessível” foi outra epopéia, passagens estreitas, pessoas fora de suas mesas e muita má vontade dos seguranças que se importaram mais durante todo o show com o cantor do que em auxiliar.

Antes do início do show, os telões exibiam as saídas de emergência ao lado do nome da seguradora, mas, a tal seguradora devia observar melhor o local, assim como os órgãos que expedem os alvarás de funcionamento, pois durante todo o show, a saída de emergência mais próxima esteve obstruída pelo pessoal que aguardava o término do espetáculo para ter acesso ao camarim do cantor.

Em resumo foi um total descaso com o consumidor “deficiente” e em que lugar estão as autoridades neste momento? Em que lugar estão os nossos direitos? Um país que não respeita os seus próprios deficientes como respeitará aos estrangeiros nos mega eventos que se candidatou? 

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