Antes de qualquer coisa, eu
gostaria de pedir desculpas àqueles que seguem ao meu blog, pela demora em
postar esta última postagem sobre shows para deficientes, eu não consigo
compreender muito bem ao Google+ e parece que a minha divulgação da comunidade
no mesmo foi vista como “spam” o que me penalizou com uma suspensão temporária.
Depois da publicação do
especial “Terror em Santa Maria”, eu volto para concluir a “série” das casas de
show e os deficientes.
Depois do infame show que eu
vivi no Morumbi, eu demoraria um pouco para voltar a assistir alguma coisa, foi
somente agora em novembro de 2012 que eu voltei a assistir um show e a
experiência voltou a não ser nada boa.
Minha sobrinha convidou
minha esposa para assistir o show comemorativo de 30 anos de carreira do cantor
Daniel, no Credicard Hall. Eu só havia ido a um show nesta casa em janeiro de
2003 acompanhando a minha filha, naquela época eu ainda caminhava embora com
dificuldade, mas, dado o nome da casa, eu esperava receber tratamento descente
tal qual o que recebi no HSBC Brasil, triste engano.
Fomos ao Credicard Hall para
adquirir os ingressos, os cartazes com o nome da Tickets For Fun junto a
bilheteria já eram o prenuncio de confusão.
A casa começou a mostrar sua
desorganização já no atendimento da bilheteria, foram necessárias duas
atendentes para chegarem a conclusão de “onde” ficava o local destinado a
deficientes, por fim, chegaram a conclusão que o local ficava na área vip, mas,
ao contrario do HSBC Brasil, o Credicard Hall não tem um preço diferencial, ou
seja eles não fizeram nada além de vender um ingresso vip, pelo preço vip e não
possuem locais mais baratos acessíveis.
A discussão da compra se
estendeu e eu já nem tinha mais vontade de ir ao show, nem vontade de discutir,
quando a minha esposa acabou pagando mais caro para que eu pudesse assistir ao
show em um lugar “acessível”, eles ainda venderam o meu ingresso cobrando
metade, como se estivessem fazendo um favor e não cumprindo uma lei.
No dia do show, o que estava
ruim ficou muito pior. A casa não dispõe de uma área de desembarque para
deficientes, é necessário ingressar no estacionamento, onde as vagas exclusivas
distam ao menos 50 m da portaria.
Estava chovendo e a vaga e o
acesso são descobertos. Minha esposa caminhou sob chuva até a portaria para
solicitar uma cadeira de rodas, minutos mais tarde um segurança totalmente
despreparado apareceu com uma cadeira de rodas pequena, eu não cabia nela, mais
alguns minutos e ele retornou com uma maior com os pneus vazios.
A cadeira não era muito
comum, parecia ser de uso específico para alguma determinada deficiência, o
segurança confessou que a cadeira não era do estabelecimento, havia sido
esquecida lá, o estabelecimento só dispõe das pequenas.
Eu me sentei na cadeira e
embora ela fosse larga, as rodas tocavam em minha calça, estava chovendo, o
chão estava molhado e quando eu cheguei à portaria estava molhado e sujo.
Chegar ao local que me fora
estipulado como “acessível” foi outra epopéia, passagens estreitas, pessoas
fora de suas mesas e muita má vontade dos seguranças que se importaram mais
durante todo o show com o cantor do que em auxiliar.
Antes do início do show, os
telões exibiam as saídas de emergência ao lado do nome da seguradora, mas, a
tal seguradora devia observar melhor o local, assim como os órgãos que expedem
os alvarás de funcionamento, pois durante todo o show, a saída de emergência
mais próxima esteve obstruída pelo pessoal que aguardava o término do
espetáculo para ter acesso ao camarim do cantor.
Em resumo foi um total descaso
com o consumidor “deficiente” e em que lugar estão as autoridades neste
momento? Em que lugar estão os nossos direitos? Um país que não respeita os
seus próprios deficientes como respeitará aos estrangeiros nos mega eventos que
se candidatou?
Atualizado.
ResponderExcluirDr. João Carlos
Abs