segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A deficiência e as casas de show no Brasil 2


A minha primeira experiência no HSBC Brasil me animou muito e eu resolvi ir com a minha filha a um show internacional, o show do U2 no estádio do Morumbi.



Os estádios no Brasil como todo o país, não estão preparados para receberem deficientes, nos jogos é comum que os torcedores auxiliem os deficientes a chegarem a seus lugares.

Aqui em São Paulo, a nova Arena Corinthians que fará a abertura da Copa do Mundo, lembra muito os moldes do estádio do Barcelona e promete ter acessibilidade.

No velho estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), contudo, os deficientes só encontram, ou deveriam encontrar acesso nos shows em lugares especiais no gramado, mas, nesse show nem isso funcionou.

A empresa responsável pela comercialização dos ingressos do show, foi a Tickets For Fun, guardem bem este nome.



Esta empresa com certeza pertence a alguém de muito dinheiro, influência política e nos meios artísticos e nenhuma consciência, nenhuma responsabilidade com o consumidor, além da visível incompetência na organização.

A Tickets For Fun anunciou na mídia que os ingressos estariam disponíveis a partir de zero hora de determinado dia, dez minutos antes do horário previsto, o site e os telefones da Tickets For Fun deixaram de funcionar e assim permaneceram a noite toda.

Somente no dia seguinte depois de muitas tentativas eu consegui contato telefônico com a empresa que informou que os ingressos destinados aos deficientes estavam sendo comercializados nas bilheterias do estádio do Morumbi.

Eu já pensava em desistir de ir ao show, mas, havia prometido a minha filha e afinal eu tinha direitos garantidos pela lei e pela constituição.

Eu fui até o estádio, o São Paulo Futebol Clube me negou o direito de estacionamento e a acessibilidade as bilheterias que a lei o obrigava, eu tive que ficar em uma fila comum, sem qualquer privilégio enquanto minha esposa foi estacionar o carro, fui prudente a idéia de levar um banquinho. Enquanto eu aguardava a minha vez, podia ver os diretores e conselheiros do São Paulo Futebol Clube estacionarem seus carros comodamente e sem qualquer fila adquirirem seus ingressos em qualquer quantidade desejada e com desconto, outra coisa que era inevitável se ver, eram os cambistas que tinham o acesso facilitado pelos seguranças do São Paulo Futebol Clube e compravam ingressos em todas as bilheterias e em todas as quantidades, enquanto nós meros mortais, inclusive eu portador de deficiência tinha que aguardar a abertura dos portões sob um sol abrasador.
Já faziam mais de duas horas e eu praticamente me arrastava quando chegou a minha vez e uma nova surpresa, a atendente disse que não haviam ingressos para deficientes,nessa hora já sem paciência eu comecei a falar grosso, disse que era um direito meu e eu o exigia, a resposta da atendente da Tickets For Fun foi “... – um show deste porte não é lugar para deficientes...”.



Era fácil entender a situação, o local destinado para os deficientes ocupava uma faixa de uma área vip chamada “red zone”, ao lado do palco como pode ser visto na imagem acima e por nenhuma lei do mundo a Tickets For Fun abriria mão de um lugar de mil reais para abrigar um deficiente e um acompanhante por preço muito menor.

Depois de toda a minha espera eu resolvi que não ia deixar barato e frente a resposta da atendente eu resolvi chamar a polícia, neste instante a atendente sumiu e em seu lugar surgiu uma outra se dizendo ser supervisora e calmamente foi explicando que os ingressos destinados aos deficientes estavam a venda apenas no Credicard Hall, sem perder tempo eu peguei o celular e liguei para o Credicard Hall, do outro lado a atendente garantia que tais ingressos encontravam-se a venda apenas no Morumbi. Frente ao impasse e com auxilio de um policial eu passei a ser atendido por um terceiro atendente que se apresentou como gerente da Tickets For Fun e garantiu que os ingressos para deficientes estavam encerrados, mas, se prontificou a vender uma numerada inferior no setor laranja pelo preço de meia entrada, como se tivesse fazendo um favor. Eu acabei aceitando pela minha filha.



O acesso ao show só foi possível pela boa vontade da polícia militar, que escoltou meu carro até o ponto de entrada mais próximo e me auxiliou no desembarque, neste ponto, tenente fez com que as divisórias fossem temporariamente abertas permitindo a minha passagem e um militar me acompanhou até o meu lugar.



A visão que eu tive do show foi muito limitada, mas, o show foi ótimo, o U2 é muito bom e o Bono Vox um ser humano fora de série que infelizmente não faz idéia do tratamento que foi dado aos deficientes pela Tickets For Fun e pelo são Paulo futebol clube.

Depois desse infame show eu demoraria um pouco para voltar a assistir alguma coisa, foi somente agora em novembro de 2012 que eu voltei a assistir um show e a experiência voltou a não ser nada boa.

Um comentário:

  1. Kkkk tem q construir um lugar e meio gramado pros deficiente físico pq coloca um deficiente físico no gramado de um show de rock com.pessoas pulando pra carai só pra quem.idéia.de girico msm Kkkk

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