domingo, 20 de janeiro de 2013

A deficiência e as casas de show no Brasil 1


O ano de 2013 começou e este é o ano da Copa das Confederações e conforme prometido eu irei a partir desta postagem estar apresentando minhas experiências em três eventos, três shows que eu fui assistir, para demonstrar as dificuldades encontradas como deficiente, residindo na cidade mais rica do país, na realidade a maior e mais rica cidade da América Latina e do hemisfério sul do planeta.

Para aqueles que me acompanham do exterior, eu falarei um pouco do meu País. O Brasil é um país muito bonito, nosso povo é muito alegre e formado por uma forte miscigenação cultural. Aqui orientais, negros, índios e europeus se misturaram formando um povo hibrido que convive em harmonia. Se você pensa em vir ao Brasil, pode estar seguro que será recebido de braços abertos independente de sua cultura, sua religião ou sua etnia.

Em São Paulo nós temos igrejas católicas, protestantes, espíritas, mesquitas, sinagogas, budistas, entre outras e ninguém é contestado quanto a sua orientação, aliás está assegurado em nossa constituição a liberdade de credo religioso.

Infelizmente convivemos com problemas de segurança, assaltos, drogas e tudo que permeia as grandes cidades do mundo nos dias atuais.

Quanto a deficiência, o Brasil ainda engatinha, existem muitas leis, mas, quase não são divulgadas e muito menos cumpridas. Existe toda uma falta de educação do povo com os deficientes, desrespeito as vagas especiais, desrespeito em filas, enfim nosso povo não sabe como tratar aos deficientes.

Cabe salientar que o Brasil teve uma breve e tímida participação na segunda grande guerra mundial e antes disso, a muito tempo atrás a guerra do Paraguai. Podemos dizer que estamos invictos, duas guerras, duas vitórias. O fato é que nossa pouca participação em conflitos, jamais gerou um grande número de deficientes e embora o número de deficientes por acidentes e de nascença seja razoável, o Brasil sempre os escondeu, somente agora em um mundo globalizado é que o Brasil começou a se mobilizar neste sentido.

Eu acredito que podemos e vamos evoluir muito neste sentido, tanto que mesmo sendo deficiente, me candidatei a trabalhar como voluntário na Copa do Mundo.

Aqui vai o meu primeiro relato, minha primeira experiência como deficiente em shows no Brasil:

Tomado pelo momento de inclusão que o Brasil vem vivendo, eu me aventurei a ir a três shows nos últimos dois anos e o que eu vivi foram experiências muito diferentes.

Em 2010 eu fui ao HSBC Brasil, assistir ao show “nóis na fita” com Leandro Hassum e Marcius Melhem.

A experiência foi fantástica, a casa tem um atendimento especializado, possui locais exclusivos para deficientes junto a área VIP com preço de pista para a acompanhante e cobra meia entrada do deficiente, vende antecipada a vaga no estacionamento e oferece gratuitamente o serviço de valet.



Na chegada a casa, meu carro foi estacionado em frente a casa e um bombeiro me recebeu no carro, com uma cadeira de rodas adequada ao meu tamanho e me conduziu até a minha mesa continuando próximo durante todo o show para o caso da necessidade de uma retirada de emergência.



O show foi ótimo, os artistas são muito bons, agradáveis e brincam com os deficientes, completando a inclusão.



O HSBC Brasil é uma casa que visa a satisfação do consumidor acima do dinheiro, inclusive nós deficientes, é um lugar recomendado.

Esta experiência me animou e eu resolvi ir com a minha filha ao show do U2 no Morumbi, um fiasco total, mas, esta eu conto na próxima.

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