Hoje vou comentar a
deficiência mais comum entre os humanos, a deficiência visual.
Os humanos são naturalmente
deficientes visuais em relação a muitas espécies do planeta, os felinos possuem
uma visão mais apurada e são dotados de visão noturna, as aves de rapina tem
visão apurada a longa distância para efetuarem suas caçadas. Cada ser vivo tem
sua própria visão do mundo, muitos utilizam mais de um sentido para obtenção da
imagem, outros enxergam o infravermelho, ou ultravioleta, os aracnídeos possuem
oito olhos, os insetos enxergam movimento e muitas vezes mais rápido do que nós
o que torna uma missão difícil pegar um mosquito.
Nós humanos temos a visão 20
por 20, campo de visão de 180 graus e a perfeita utilização de nossa visão se
dá pela formação de duas imagens, uma de cada olho, processada como imagem
única com profundidade por nosso cérebro, cada vista tem controle de foco
automático e a profundidade é obtida através da distinção do espectro de cor,
definidos no sistema de cores Munsell, são perto de 5.000 espectros de cores
que a vista humana é capaz de diferenciar.
Para entender bem nossa
visão, basta olhar o teto da Capela Sistina, onde os trabalhos de Michelangelo
fazem com que o plano pareça curvo e vice e versa, esta técnica foi amplamente
utilizada pelos pintores renascentistas.
Porém a visão humana parece se desgastar ao
longo do tempo, nos levando ao uso dos óculos. Existem ainda muitas doenças e
fatores do nascimento que podem nos levar a deficiência visual.
A OMS estima atualmente que
mais de 200 milhões de pessoas tenham algum tipo de deficiência visual no
mundo.
O grande problema é a
deficiência visual grave e o maior deles é a cegueira.
As causas da cegueira
basicamente são:
Catarata 47,8 %
Glaucoma 12,3 %
Degeneração Macular
Referente à Idade 8,7%
Opacidades Corneais 5,1 %
Retinopatia Diabética 4,8 %
Cegueira Infantil 3,9 %
Tracoma 1,3 %
Conforme o gráfico da OMS:
Notem que no gráfico, uma
grande porcentagem, 13 % está destinada a outros, aí incluem os acidentes,
domésticos, de trabalho e de transito, as guerras e as diversas doenças que
podem causar a perda da visão, cabe salientar que nossas vistas são muito
frágeis e é sempre aconselhável o máximo cuidado com elas assim como visitas
regulares ao oftalmologista.
Aqui em São Paulo, existem
muitas fundações e clínicas que prestam assistência a deficientes visuais, uma
das mais relevantes é a Laramara –
Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual é uma organização da
sociedade civil, sem fins de lucro e sem vínculos políticos ou religiosos. Foi
fundada em 7 de setembro de 1991, pelo casal Victor e Mara Siaulys - pais de
uma garota cega - e por um grupo de profissionais atuantes na área.
Desde o início, o foco de
atenção da instituição não foi apenas o atendimento individual da criança, como
usualmente se fazia, mas a educação e inclusão como um todo, num trabalho
centrado também na família, escola e comunidade.
A Laramara, além do serviço
proposto inicialmente, dá cursos regulares a profissionais que atuem na área,
realiza treinamentos de professores do estado e município. Na primeira semana
deste mês, eu tive o prazer de ser ouvinte no curso de Avaliação Funcional da
Baixa Visão, que foi ministrado a um grupo de professoras do município de São
Paulo.
A quem tiver interesse nos
serviços e/ou treinamentos desta instituição, ou apenas conhecê-la eu deixo o
site:
Agora eu deixo a vocês, uma
simples observação:
A diferença entre ver e enxergar
Uma professora do ensino
infantil, distribuiu a imagem abaixo, para que seus alunos colorissem,
atribuindo as cores que estavam acostumados a verem nas ruas.
Um dos alunos, após observar
a imagem com atenção e identificar o movimento atribuído ao desenho nas rodas
disse:
- Professora, este ônibus
está andando para trás.
A professora, surpresa com a
observação perguntou:
- Como você sabe que ele
está andando para trás?
A resposta foi imediata:
Se ele estivesse andando
para frente não daria para ver as portas.
O aluno está certo, a menos
que este ônibus pertença a frota de um país com “mão inglesa” (Inglaterra,
Japão, Austrália, etc.) ele tem que estar se movendo para trás.
Moral da estória, para que
possamos auxiliar nossos deficientes, não basta vê-los, mas, enxergarmos suas necessidades.
Alfabeto Braile, utilizados
pelos deficientes visuais
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