quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Deficiência Visual


Hoje vou comentar a deficiência mais comum entre os humanos, a deficiência visual.

Os humanos são naturalmente deficientes visuais em relação a muitas espécies do planeta, os felinos possuem uma visão mais apurada e são dotados de visão noturna, as aves de rapina tem visão apurada a longa distância para efetuarem suas caçadas. Cada ser vivo tem sua própria visão do mundo, muitos utilizam mais de um sentido para obtenção da imagem, outros enxergam o infravermelho, ou ultravioleta, os aracnídeos possuem oito olhos, os insetos enxergam movimento e muitas vezes mais rápido do que nós o que torna uma missão difícil pegar um mosquito.

Nós humanos temos a visão 20 por 20, campo de visão de 180 graus e a perfeita utilização de nossa visão se dá pela formação de duas imagens, uma de cada olho, processada como imagem única com profundidade por nosso cérebro, cada vista tem controle de foco automático e a profundidade é obtida através da distinção do espectro de cor, definidos no sistema de cores Munsell, são perto de 5.000 espectros de cores que a vista humana é capaz de diferenciar.

Para entender bem nossa visão, basta olhar o teto da Capela Sistina, onde os trabalhos de Michelangelo fazem com que o plano pareça curvo e vice e versa, esta técnica foi amplamente utilizada pelos pintores renascentistas.

 Porém a visão humana parece se desgastar ao longo do tempo, nos levando ao uso dos óculos. Existem ainda muitas doenças e fatores do nascimento que podem nos levar a deficiência visual.

A OMS estima atualmente que mais de 200 milhões de pessoas tenham algum tipo de deficiência visual no mundo.

O grande problema é a deficiência visual grave e o maior deles é a cegueira.

As causas da cegueira basicamente são:

Catarata 47,8 %
Glaucoma 12,3 %
Degeneração Macular Referente à Idade 8,7%
Opacidades Corneais 5,1 %
Retinopatia Diabética 4,8 %
Cegueira Infantil 3,9 %
Tracoma 1,3 %

Conforme o gráfico da OMS:

Notem que no gráfico, uma grande porcentagem, 13 % está destinada a outros, aí incluem os acidentes, domésticos, de trabalho e de transito, as guerras e as diversas doenças que podem causar a perda da visão, cabe salientar que nossas vistas são muito frágeis e é sempre aconselhável o máximo cuidado com elas assim como visitas regulares ao oftalmologista.

Aqui em São Paulo, existem muitas fundações e clínicas que prestam assistência a deficientes visuais, uma das mais relevantes é a Laramara – Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual é uma organização da sociedade civil, sem fins de lucro e sem vínculos políticos ou religiosos. Foi fundada em 7 de setembro de 1991, pelo casal Victor e Mara Siaulys - pais de uma garota cega - e por um grupo de profissionais atuantes na área.

Desde o início, o foco de atenção da instituição não foi apenas o atendimento individual da criança, como usualmente se fazia, mas a educação e inclusão como um todo, num trabalho centrado também na família, escola e comunidade.

A Laramara, além do serviço proposto inicialmente, dá cursos regulares a profissionais que atuem na área, realiza treinamentos de professores do estado e município. Na primeira semana deste mês, eu tive o prazer de ser ouvinte no curso de Avaliação Funcional da Baixa Visão, que foi ministrado a um grupo de professoras do município de São Paulo.

A quem tiver interesse nos serviços e/ou treinamentos desta instituição, ou apenas conhecê-la eu deixo o site:


Agora eu deixo a vocês, uma simples observação:

A diferença entre ver e enxergar

Uma professora do ensino infantil, distribuiu a imagem abaixo, para que seus alunos colorissem, atribuindo as cores que estavam acostumados a verem nas ruas.

Um dos alunos, após observar a imagem com atenção e identificar o movimento atribuído ao desenho nas rodas disse:

- Professora, este ônibus está andando para trás.

A professora, surpresa com a observação perguntou:

- Como você sabe que ele está andando para trás?

A resposta foi imediata:

Se ele estivesse andando para frente não daria para ver as portas.

O aluno está certo, a menos que este ônibus pertença a frota de um país com “mão inglesa” (Inglaterra, Japão, Austrália, etc.) ele tem que estar se movendo para trás.

Moral da estória, para que possamos auxiliar nossos deficientes, não basta vê-los, mas, enxergarmos suas necessidades.

Alfabeto Braile, utilizados pelos deficientes visuais



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