Hoje irei explorar um assunto que
está em destaque no cenário brasileiro e é um dos maiores responsáveis pelas
deficiências adquiridas ao longo da vida, em todo o mundo, o acidente de
trânsito.
Os carros são máquinas e como
tal, são projetados para facilitar as vidas de seus usuários. No Brasil, a
abusiva carga tributária sobre a montagem e/ou a importação dos veículos os
tornaram também em um símbolo de status.
Um carro é a maior arma acessível
a maioria da população mundial, cabendo a seu condutor a decisão de quando irá
utilizá-lo como tal, mas, cabendo a vida a decisão de quem sairá morto ou
ferido.
Para que um veículo deixe de ser
uma arma e seja apenas um meio de transporte, cabe a seus usuários tomarem
pequenas decisões racionais.
Jamais dirigir sob o efeito de
álcool, drogas ou medicamentos, sempre leia as bulas dos medicamentos que lhe
são receitados ou questione ao médico que os receita sobre efeitos colaterais,
muitas das drogas ilícitas de hoje, não passavam de medicamentos de livre
compra no passado.
Respeitar as sinalizações de
trânsito e principalmente os limites de velocidade estabelecidos, as normas de
trânsito são internacionais, valem em qualquer lugar do planeta, já os limites
de velocidades podem variar de acordo com estatísticas de acidentes locais.
90% dos acidentes de trânsito
ocorrem por falha humana e dos 10% restantes, grande parte por falta de
manutenção do veículo o que não deixa de ser também uma falha humana.
Em resumo, os acidentes não
acontecem, nós os causamos.
Eu tirei minha habilitação em
1979, em 1980 eu ingressei em um curso de pilotagem e lá aprendi regras básicas
que confesso não entender o motivo de não serem obrigatórias a todos os
motoristas, agora eu as divido com vocês:
Posição de assento
1- Quando
for possível regular, ajuste a altura do assento para que fique a cerca de 30
cm do chão do carro.
Nos
carros de competição, os assentos são fabricados de acordo com a biometria do
piloto, como os veículos de rua são feitos a população geral, eles são dotados de ajustes.
2- Distância:
a distância do volante deve permitir que as pernas estejam dobradas em um
ângulo de aproximadamente 135 graus.
Dirigir
com braços e pernas esticados reduzem seu controle sobre o volante e os pedais,
mas, principalmente em caso de uma colisão frontal ira causar maior impacto
sobre os ossos e articulações, podendo levar desde simples fratura nos membros
até lesões mais sérias na bacia, ombros e coluna, dependendo da força do
impacto.
3- Inclinação:
incline o encosto entre 15 e 25 graus, o que gera um ângulo entre as coxas e os
quadris de 110 a 120 graus.
A
incorreta do encosto é causa de muitos problemas na coluna de quem dirige muito tempo tais como a lordose, mas, em caso de colisão ela torna-se uma das
principais causas de lesão medular. Lembre-se que uma inclinação errada do
assento pode transformar o cinto de segurança em uma eficaz forca em caso de
colisão.
4- Volante:
muitos carros modernos permitem ajustar a altura e a distância do volante.
Coloque-o de tal maneira que os braços não fiquem totalmente esticados nem
muito dobrados.
Ao segurar o volante, você deverá fazê-lo com as duas mãos, de preferencia de forma simétrica e com os polegares esticados de modo com que você os veja, isto oferece maior firmeza nos movimentos.
5- Apoio
de cabeça: ajuste-o bem perto do centro da cabeça. A parte superior deverá
ultrapassar a linha limite da cabeça. O centro de gravidade da cabeça deve
ficar apoiado nesse encosto. Se não puder ajustar o apoio de cabeça, ajuste o
encosto do banco.
A
parte superior do protetor do pescoço deve ficar na linha dos seus olhos ou da
parte superior das suas orelhas. Não importa se o apoio de cabeça se projeta
para cima. O prejudicial é que fique muito abaixo, porque a cabeça pode ir para
trás e isso não pode acontecer, em caso de colisão traseira, a falta de apoio
leva ao que os ortopedistas chamam de golpe de chicote, que pode levar ao
deslocamento ou fratura de uma vértebra da cervical.
Uso correto do cinto de
segurança
Os veículos atuais são
equipados com cinto de segurança de três pontos sendo um deles retrátil, uma
vez que o banco já esteja configurado conforme os pré-requisitos informados
acima e você esteja confortavelmente sentado, o cinto de segurança deve
envolvê-lo sem causar desconforto.
1- Ajuste
o cinto de segurança de modo que a correia superior não passe por seu pescoço
nem muito baixo e sim entre o peito e a clavícula. Para colocá-lo na posição
correta basta ajustar sua altura na coluna lateral.
Os
carros de competição são equipados com cintos de segurança de seis pontos, o
intuito é transformar o piloto em parte do carro, para que em caso de acidente
ele não seja um corpo solto a receber a energia do impacto, também esta é a
idéia nos carros convencionais. Jamais utilize dispositivos que possam reduzir
a eficiência de seu cinto de segurança, é comum oferecerem nas esquinas, um
dispositivo que causa folga no sinto, isto é um crime, em caso de colisão seu
corpo será lançado este pequeno espaço antes de colidir com o sinto e de acordo
com a folga ajustada você pode receber esta carga no pescoço causando asfixia
ou mesmo lesão na coluna.
Atenção especial deve ser
adotada por mulheres grávidas, conforme o desenho abaixo, para evitar danos no
futuro bebê em caso de colisões.
Som veicular
Os veículos podem ser
dotados de equipamentos de som para nosso lazer, mas, inconsequentemente,
muitos equipam seus carros com aparelhos de som muito além do necessário e
passam a dirigir com o volume alto, como quisessem obrigar os demais motoristas
a ouvir suas preferências musicais.
Isto não é bonito, não é
educado e principalmente não é nem um pouco inteligente.
Os pilotos profissionais,
além do uso do capacete, fazem uso de um protetor auricular dotado de um
pequeno alto falante para que possam se comunicar por rádio com a equipe. O
motivo da proteção é que a exposição prolongada ao som alto leva a uma perda
auditiva permanente e também porque esta exposição causa entorpecimento
dificultando a tomada de decisões.
Estas são lições muito
simples, fáceis de executar e de excelente eficiência, mas, a escolha entre adotá-las
ou não cabe a cada um, porém, lembre-se sua atitude pode fazer diferença e um
segundo pode mudar toda uma vida.
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