quarta-feira, 4 de abril de 2012

O quanto estamos preparados?


O Brasil passou muito tempo escondendo os seus deficientes, tanto o povo quanto o governo nunca os viram como cidadãos. Para o povo em geral, muitas vezes eles eram apenas seres incômodos que atrapalhavam nas filas de banco e nos transportes coletivos, já para o governo, um incomodo número nos cofres do INSS.

Mas, qual é o real número de portadores de alguma deficiência no Brasil?

Segundo o IBGE, em 2000, cerca de 24,6 milhões de pessoas se declararam portadoras de alguma deficiência. Este número corresponde a 14,5% da população total, já em 2010, o total de pessoas que declararam possuir pelo menos uma deficiência severa no país foi de 17.777.080, representando 6,7% da população total.

Existem inúmeros conceitos para definir as pessoas portadoras de deficiência. Muito mais abrangente é a classificação de deficiências enfrentadas pelo ser humano. De acordo com o pensamento de Luis Alberto David de Araújo, o conceito de pessoa portadora de deficiência seria:

"O que define a pessoa portadora de deficiência não é a falta de um membro nem a visão ou audição reduzidas. O que caracteriza a pessoa portadora de deficiência é a dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade. O grau de dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade. O grau de dificuldade para a integração social definirá quem é ou não portador de deficiência" (ARAÚJO, Luís Alberto David, A proteção Constitucional das Pessoas Portadoras de Deficiência - Tese de Doutorado - PUC/SP - 1992.).

A Constituição de 1988 e diversas outras Leis instituíram muitos direitos aos deficientes, dentre eles: Direito à Igualdade, à Saúde, ao Trabalho, ao Transporte, à Vida Familiar, à Educação, à eliminação de barreiras arquitetônicas, à aposentadoria, ao Lazer.

O que está realmente sendo feito por nossos deficientes?

Em São Paulo, tanto o estado quanto o município possuem programas para a integração dos deficientes, aos poucos vem sendo garantida a sua inclusão nas escolas, em programas de saúde e de transportes, mas, ainda é pouco, podemos e devemos fazer muito mais, não só na cidade de São Paulo ou no Estado de São Paulo, mas, em todo o Brasil.

As atitudes governamentais podem até serem questionadas em alguns casos, mas, estão acontecendo, o que realmente falta é a atitude da sociedade em geral, é preciso uma mudança cultural de toda a nossa população.

Nossos empresários tem uma visão pequena, o RH do Brasil é o pior do mundo, por aqui contrata-se pela aparência e pela capacidade de enrolar os entrevistadores e não pela capacidade para suprir as necessidades de um cargo. As empresas preferem executivos de boa aparência e terno caro, mesmo que lhes roubem ou causem prejuízos a dar oportunidade a pessoas capazes ainda que deficientes.

Se levarmos em consideração os números do IBGE, podemos dizer que 10% de nossa população porta alguma deficiência, este é um número considerável, se empregados serão 10% a menos de custo ao INSS, 10% a mais de consumidores, aos políticos cabe lembrar que são eleitores.

A todos que me acompanham, eu indico uma feira que ocorrerá aqui em São Paulo entre os dias 12 e 15 de abril:


Maiores informações e até o crachá para visitação podem ser obtidos no site:


Eu acredito que esta feira seja de interesse de todos, pois, embora a maioria da população não adquira alguma deficiência ou seja obesa, com alguma sorte vai se tornar idosa um dia.


Esta feira pode ser muito interessante também aos alunos de Medicina, Fisioterapia, Engenharia, Arquitetura e Publicidade, pois, irá mostrar um novo nicho de mercado e sua dimensão.

Nos próximos anos iremos sediar os principais eventos esportivos mundiais, A Copa do Mundo e as Olimpíadas, lembrando que ao encerramento das Olimpíadas acontecem as Paraolimpíadas.


Estaremos prontos para receber os deficientes de outras nações?

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