O Brasil
passou muito tempo escondendo os seus deficientes, tanto o povo quanto o
governo nunca os viram como cidadãos. Para o povo em geral, muitas vezes eles
eram apenas seres incômodos que atrapalhavam nas filas de banco e nos
transportes coletivos, já para o governo, um incomodo número nos cofres do
INSS.
Mas, qual é
o real número de portadores de alguma deficiência no Brasil?
Segundo o
IBGE, em 2000, cerca de 24,6 milhões de pessoas se declararam portadoras de
alguma deficiência.
Este número corresponde a 14,5% da população total, já em 2010, o total de
pessoas que declararam possuir pelo menos uma deficiência severa no país foi de 17.777.080,
representando 6,7% da população total.
Existem inúmeros
conceitos para definir as pessoas portadoras de deficiência. Muito mais
abrangente é a classificação de deficiências enfrentadas pelo ser humano. De
acordo com o pensamento de Luis Alberto David de Araújo, o conceito de pessoa
portadora de deficiência seria:
"O que
define a pessoa portadora de deficiência não é a falta de um membro nem a visão
ou audição reduzidas. O que caracteriza a pessoa portadora de deficiência é a
dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade. O grau de
dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade. O grau de dificuldade
para a integração social definirá quem é ou não portador de deficiência"
(ARAÚJO, Luís Alberto David, A proteção Constitucional das Pessoas Portadoras
de Deficiência - Tese de Doutorado - PUC/SP - 1992.).
A
Constituição de 1988 e diversas outras Leis instituíram muitos direitos aos
deficientes, dentre eles: Direito à Igualdade, à Saúde, ao Trabalho, ao
Transporte, à Vida Familiar, à Educação, à eliminação de barreiras
arquitetônicas, à aposentadoria, ao Lazer.
O que está
realmente sendo feito por nossos deficientes?
Em São
Paulo, tanto o estado quanto o município possuem programas para a integração
dos deficientes, aos poucos vem sendo garantida a sua inclusão nas escolas, em
programas de saúde e de transportes, mas, ainda é pouco, podemos e devemos fazer
muito mais, não só na cidade de São Paulo ou no Estado de São Paulo, mas, em
todo o Brasil.
As atitudes
governamentais podem até serem questionadas em alguns casos, mas, estão
acontecendo, o que realmente falta é a atitude da sociedade em geral, é preciso
uma mudança cultural de toda a nossa população.
Nossos
empresários tem uma visão pequena, o RH do Brasil é o pior do mundo, por aqui
contrata-se pela aparência e pela capacidade de enrolar os entrevistadores e
não pela capacidade para suprir as necessidades de um cargo. As empresas
preferem executivos de boa aparência e terno caro, mesmo que lhes roubem ou
causem prejuízos a dar oportunidade a pessoas capazes ainda que deficientes.
Se levarmos
em consideração os números do IBGE, podemos dizer que 10% de nossa população
porta alguma deficiência, este é um número considerável, se empregados serão
10% a menos de custo ao INSS, 10% a mais de consumidores, aos políticos cabe
lembrar que são eleitores.
A todos que
me acompanham, eu indico uma feira que ocorrerá aqui em São Paulo entre os dias
12 e 15 de abril:
Maiores
informações e até o crachá para visitação podem ser obtidos no site:
Eu acredito
que esta feira seja de interesse de todos, pois, embora a maioria da população
não adquira alguma deficiência ou seja obesa, com alguma sorte vai se tornar
idosa um dia.
Esta feira
pode ser muito interessante também aos alunos de Medicina, Fisioterapia,
Engenharia, Arquitetura e Publicidade, pois, irá mostrar um novo nicho de
mercado e sua dimensão.
Nos
próximos anos iremos sediar os principais eventos esportivos mundiais, A Copa
do Mundo e as Olimpíadas, lembrando que ao encerramento das Olimpíadas
acontecem as Paraolimpíadas.
Estaremos prontos para receber os deficientes de outras
nações?
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