Você
provavelmente já se perguntou se o correto é ”Paralímpico” ou “Paraolímpico”,
bem no dicionário brasileiro, o correto era “Paraolímpico”, uma palavra formada
por uma derivação prefixial “para” + “olímpico”, onde o “para” deriva do grego
“ao lado” ou “par”, mas, como eu já citei aqui, os esportes adaptados nasceram
na Inglaterra e no inglês, a junção das palavras “paraplegic” + “olympics”
geraram a palavra “Paralympics”. Com o nascimento do International Paralympics
Committee, em 22 de setembro de 1989, o termo “Paralympics” se
internacionalizou, portanto, oficialmente o termo correto hoje é “Paralímpico”.
Outra
provável dúvida, deve ser quanto ao símbolo dos Jogos Paralímpicos, os três
traços nas cores vermelho, azul e verde, são os “Agitos“ palavra derivada do
latim, que significa “Eu me movo” e a quantidade de Agitos simboliza os
componentes mais significativos dos seres humanos a “mente” o “corpo” e o
“espírito”
Agora, se
você está assistindo uma Paralimpíada pela primeira vez, você já deve ter
notado que a mesma prova se repete algumas vezes, com atletas diferentes, e
caso não tenha notado, no mínimo já deve ter se perguntado, como se divide o
grau de dificuldade que cada atleta enfrenta.
As provas se
repetem por que estão divididas para atletas com diferentes graus de
comprometimento, abaixo eu vou esclarecer estes graus e suas classes por
modalidade esportiva.
ATLETISMO
O programa de
competições do atletismo é bem parecido com o dos Jogos Olímpicos. Na pista, os
atletas correm distâncias que variam de 100 a 5000 metros; e, no campo,
acontecem as disputas de saltos, lançamentos e arremessos. No último dia de disputa,
acontecem as maratonas.
Todas as
provas são seguidas de um código, com uma letra - que dizem se a disputa
acontece na pista (T, do inglês track) ou no campo
(F, de field) - e um número, que indica o grau de deficiência
do competidor:
11 a 13 - Deficientes
visuais.
20 - Deficientes
intelectuais.
31 a 34 - Paralisia
cerebral (cadeirantes).
35 a 38 - Paralisia
cerebral (andantes).
40 – Anões.
41 a 47 - Amputados
e outros.
51 a 57 - Competem
em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões musculares e amputações).
A maratona está dividida em cinco categorias, sendo
três classes masculinas (T12, T46 e T54) e duas femininas (T12 e T54).
TRIATLO
Modalidade que estreia nos Jogos Paralímpicos no
Rio e reproduzirá a prova olímpica, com ajustes nas distâncias: 750m de
natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida para atletas com diferentes
deficiências, nas classes:
PT1 a PT4 - Competem atletas decorrentes de
deficiências como carência de força muscular, deficiência nos membros,
hipertonia, ataxia e/ou atetose, entre outras.
PT5 (apenas feminina), as atletas podem ser:
totalmente ou parcialmente cegas, um guia de mesma nacionalidade é obrigatório
durante toda a prova.
NATAÇÃO
O programa paraolímpico
tem 29 provas, sendo 14 masculinas, 14 femininas e um revezamento misto. Os
nados: livre, costas e borboleta são indicados pela letra S; o peito por SB; e
o medley, SM. Os nadadores são agrupados em 14 classes, quanto maior a
deficiência, menor a classe:
1 a 10 - Limitações físico-motoras.
11 a 13 - Deficientes
visuais.
14 - Deficientes
intelectuais.
HALTEROFILISMO
É a única modalidade em que os atletas são
classificados pelo peso corporal, assim como nos Jogos Olímpicos, a diferença é
que os atletas competem deitados em um banco e executam o movimento que é
conhecido como supino. São dez categorias masculinas e dez femininas.
JUDÔ
A modalidade
é disputada por atletas com deficiência visual, divididos em categorias de
acordo com o peso corporal. O combate só inicia quando os atletas estão
segurando o quimono um do outro. As classificações funcionais são três:
B1 - Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma
mão a qualquer distância.
B2 - Atletas
com percepção de vultos.
B3 - Atletas
que conseguem definir imagens.
HIPISMO
A única
disciplina do hipismo no programa é o Adestramento, com três provas: individual,
estilo livre individual e competição por equipes. São cinco classes funcionais:
IA e IB - Cadeirantes, atletas com pouco equilíbrio do tronco e/ou deficiência
nos quatro membros ou sem equilíbrio do tronco e boas funções dos membros
superiores.
II - Cadeirantes
ou pessoas com alto grau de deficiência motora no tronco, com boas funções dos
membros superiores, além de atletas com alto grau de deficiência no braço e
leve deficiência na perna ou grave deficiência unilateral
III - Atletas
que conseguem se locomover sem auxílio, têm deficiência moderada unilateral ou
deficiência moderada nos quatro membros, e comprometimento severo do braço, ou
ainda deficiência visual total ou severa.
IV - Atletas
com deficiência em um ou dois membros ou alguma deficiência visual
CICLISMO
DE ESTRADA E DE PISTA
A modalidade
segue as regras da União Internacional de Ciclismo (UCI), com adaptações. Para
cada tipo de deficiência, há uma bicicleta específica. As quatro classificações
funcionais estão ligadas ao modelo usado pelos atletas:
H1 a H5 – Os atletas impulsionam a bicicleta adaptada (handbike) com os braços.
T1 e T2 - Ciclistas
com paralisia cerebral cuja deficiência impede de andar em uma bicicleta
convencional (competem em triciclos).
C1 a C5 - Competem
em bicicletas convencionais, essas classes são direcionadas a competidores com deficiência
físico-motora e amputados.
B - Classe
destinada aos deficientes visuais, as bicicletas são de dois lugares (tandem) e
o ciclista da frente enxerga normalmente.
REMO
Todas as
provas são disputadas em distâncias de 1000m, não importando a categoria. São
três classificações funcionais:
AS - Atletas com deficiência no tronco e nas pernas, cuja mobilidade se
restringe aos ombros e aos braços. A competição é individual.
TA - Atletas
que realizam movimentos com o tronco e os braços. A prova é realizada em duplas
formadas por um homem e uma mulher.
LTA - Atletas
que usam as pernas, o tronco e os braços para a remada. Esta categoria inclui
até duas pessoas com deficiência visual. A embarcação é ocupada por quatro
integrantes, sendo dois homens e duas mulheres, além de um timoneiro, que pode
ser do sexo feminino ou masculino e não precisa ser uma pessoa com deficiência.
CANOAGEM VELOCIDADE
As provas são
disputadas apenas com caiaques (K, do inglês kayak), na distância
de 200m. São três eventos masculinos e três femininos, de acordo com as
seguintes classes funcionais:
KL1 – Utiliza apenas os braços na remada.
KL2 – Utiliza
tronco e braços na remada.
KL3 – Utiliza
os braços, o tronco e as pernas na remada.
VELA
A vela é disputada em três categorias, todas sem
divisão por gênero. Homens e mulheres. A quantidade de provas da regata é
determinada pelos juízes da competição, para cada categoria.
2.4 MR - Tripulado
por um único atleta, que pode ter uma deficiência mínima.
SKUD-18 - Para
dois tripulantes paraplégicos, sendo que é obrigatória a presença de uma mulher.
SONAR - Para
três atletas. Cada atleta recebe uma pontuação que varia de 1 a 7, em função do
seu grau de deficiência, o conjunto dos tripulantes não pode somar mais que 12
pontos.
BOCHA
Tem competições
individuais, por equipes e em duplas, todos os atletas competem em cadeira de
rodas, sendo divididos em quatro classes funcionais:
BC1 – Com opção de auxílio de ajudantes, que podem estabilizar ou ajudar a
cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido.
BC2 - Não
podem receber assistência.
BC3 – Com deficiências
muito severas, utilizam instrumento auxiliar, podendo ser ajudado por outra
pessoa.
BC4 - Outras
deficiências severas, mas que não recebem assistência.
ESGRIMA
EM CADEIRA DE RODAS
A modalidade
segue as regras da Federação Internacional de Esgrima (FIE), com adaptações.
São duas classes funcionais:
A - Atletas com mobilidade no tronco; amputados ou com limitação de movimento.
B - Atletas
com menor mobilidade no tronco e equilíbrio.
TIRO
COM ARCO
Praticado por
atletas com paralisia cerebral, paraplégicos, tetraplégicos, amputados, pessoas
com doenças disfuncionais e progressivas e múltiplas deficiências. A disputa
tem a dinâmica dos Jogos Olímpicos, com duas classes de eventos:
Aberto – Atletas
com deficiência nas pernas e cadeirantes ou com deficiência de equilíbrio,
atirando de pé ou sentado em um pequeno banco.
W1 – Os
atletas podem ter deficiência nas pernas e fazer uso de uma cadeira de rodas.
TIRO
ESPORTIVO
Atletas com
diferentes tipos de deficiência podem competir juntos em três classes:
SH1 pistola - Atletas com deficiência nos membros inferiores e/ou braço não
usado para atirar.
SH1 rifle - Atletas
com deficiência nos membros inferiores.
SH2 rifle - Atletas
com deficiência nos membros superiores e que precisam de suporte para a arma,
pois não conseguem segurá-la com os braços.
TÊNIS DE MESA
Com regras e
dinâmica semelhantes às dos Jogos Olímpicos, a modalidade tem 11 classificações
funcionais:
TT1 a TT5 –
cadeirantes.
TT6 a TT10 –
andantes.
TT11 -
andantes com deficiência intelectual.
TÊNIS
EM CADEIRA DE RODAS
Para
participar é preciso ser diagnosticado com deficiência locomotora. Ao contrário
da modalidade olímpica, é permitido o segundo quique, e os atletas devem
rebater antes do terceiro toque na quadra. São duas classificações funcionais:
Aberta - Atletas com deficiência motora, mas sem comprometimento de braços e
mãos.
Quad - Atletas
com deficiência motora que afeta também os braços, dificultando o domínio da
raquete e a movimentação da cadeira de rodas. Nesta classe, a disputa é mista.
ESPORTES COLETIVOS
BASQUETE
EM CADEIRA DE RODAS
As dimensões da quadra, a altura da cesta e o tempo
de partida são iguais ao basquete dos Jogos Olímpicos. Os atletas são
classificados em oito classes diferentes (1 / 1,5 / 2 / 2,5 / 3 / 3,5 / 4 e
4,5), sendo que, quanto menor o número, mais significante é a limitação. Em
quadra, as equipes não podem exceder a pontuação máxima de 14 na soma do
conjunto.
FUTEBOL DE 5
O futebol de 5 é exclusivo para cegos nas
Paralimpíadas. A única exceção é o goleiro, que tem visão normal, mas ele não
pode ter participado de competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos
para poder ser considerado apto para a modalidade. A bola tem guizos internos
para que os jogadores consigam localizá-la, e os atletas também contam com a
orientação de um chamador, que fica atrás do gol, auxiliando a direcionar os
chutes.
FUTEBOL DE 7
O futebol de 7 é praticado por atletas com
paralisia cerebral. Os jogadores são classificados de acordo com o grau de
comprometimento físico, em uma escala que vai de 5 a 8 - quanto menor a classe,
maior a limitação. Cada equipe deve ter em campo pelo menos um atleta das
classes 5 ou 6 e, no máximo, um da classe 8.
GOALBALL
Modalidade desenvolvida exclusivamente para pessoas
com deficiência visual. A disputa acontece em uma quadra com as mesmas
dimensões das de vôlei, com um gol de cada lado com a mesma largura (9m, com
1,30m de altura). Todos os jogadores são atacantes e defensores. Há três
classificações funcionais (B1, B2 e B3), mas todos competem vendados, para que
haja igualdade de condições.
RUGBY EM CADEIRA DE RODAS
Competem no esporte tanto homens, quanto mulheres
(não há divisão de gênero) com tetraplegia ou deficiências nas quais as
sequelas sejam similares. Os jogos acontecem em quadras e o objetivo é passar
da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola em mãos.
Os atletas são divididos em sete classes funcionais
(0,5 / 1 / 1,5 / 2 / 2,5 / 3 e 3.5), de acordo com sua mobilidade e resquícios
de movimentos. Quanto maior a motricidade, maior a nota. Os atletas com
classificações mais baixas, jogam na defesa, e, os que possuem classificações
mais altas, formam o ataque. A pontuação em quadra não pode ultrapassar oito
pontos na soma geral, mas, para cada mulher em quadra, mais 0,5 pode ser
acrescentado ao limite de pontos da equipe - com duas mulheres jogando, por
exemplo, a pontuação máxima pode ser 9.
VÔLEI
SENTADO
No vôlei
sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma deficiência física
ou relacionada à locomoção. Os jogadores são divididos em dois grupos, de
acordo com o grau de limitação ocasionado pela sua deficiência. Os com
amputações e com problemas locomotores mais acentuados são classificados como D
(do inglês,disabled). Já os que possuem deficiências quase
imperceptíveis como problemas de articulações leves ou pequenas amputações nos
membros são classificados como MD (minimally disabled)
- cada equipe só pode ter um MD em quadra por vez.
HALTEROFILISMO
Nenhum comentário:
Postar um comentário