quinta-feira, 1 de março de 2012

Um diagnóstico bombástico


Era dezembro de 2005, logo depois de ter sido informado em “off”, por um médico do trabalho de uma empresa, que jamais seria contratado por problemas neurológicos, que resolvi me tratar antes de tentar recolocação novamente.
Ainda acreditando no diagnóstico inicial de pinçamento de nervo, eu procuro uma clínica ortopédica, mas, ao me ver em meu estado atual, o ortopedista descarta o diagnóstico inicial e me encaminha a um excelente neurologista.
O neurologista é um homem frio, me examina, faz uma cara nada feliz, me questiona sobre meu histórico médico, eu não tenho um histórico, jamais tive uma gripe na vida, mas, também esta resposta leva ele a fazer uma cara nada feliz, eu deixo a clínica com dois exames a fazer, uma ressonância magnética do cérebro e um exame de liqüor, o líquido da medula espinhal.
Em janeiro eu retorno com os exames, esperançoso por um remédio mágico que me devolva a saúde, afinal, estamos no século 21. O médico coloca os óculos, abre os exames, volta a fazer cara nada amigável, depois começa a proferir seu veredicto. Agora ele não parece mais um médico, na realidade ele lembra um juiz da suprema corte norte americana, proferindo uma sentença de morte.
Esclerose Múltipla é o novo diagnóstico, eu tenho alguns pontos no cérebro, mas, a grande concentração é na medula espinhal, lá é o ponto crítico. Ele me olha e diz: “... – nunca vi uma lesão tão extensa que o paciente ainda ande, não posso curá-lo, no máximo posso retardar o processo...”.
A terapia mais comum se dá com beta-interferon, mas em meu caso a administração de um imunossupressor potente é a mais indicada (terapia usada em casos de episódios ou relapsos agudos). O médico diz ter pacientes, não tão graves quanto a mim, que se tratam a dez anos de forma estável, eu o questiono ele diz tratar de seis pessoas desta forma, três estão estáveis, um sem resultado favorável e dois foram a óbito.
Aquilo é uma bomba atômica explodindo em minha cabeça, eu tenho uma filha de 11 anos, eu queria vê-la se formar, conduzi-la ao altar em seu casamento, queria vê-la tornar-se uma grande mulher, queria ser o provedor da família como sempre fui.
E AGORA?

ESCLEROSE MÙLTIPLA



 A esclerose múltipla (EM) ou em inglês (ME) é uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas.
A doença ataca e destrói a mielina que recobre e isola as fibras nervosas no cérebro e sistema nervoso central (SNC). É como desencapar fios em um complexo sistema eletrônico, causa curto e mau funcionamento.
Esta doença causa uma piora do estado geral do paciente: fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e descoordenação motora. O doente sente dificuldade para realizar vários movimentos com os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé, sente dificuldade para andar, tremores e formigamentos em partes do corpo.
Em alguns casos a doença pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária, alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual.
Nos estágios mais graves da doença, pode ocorrer um comprometimento respiratório. Isto pode acarretar episódios de infecção ou insuficiência respiratória, que devem ser tratados com atenção e rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora do seu estado geral.
Aqui no Brasil a organização que presta serviços aos afetados por este mal, é a ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), ao qual sou afiliado, esta entidade oferece palestras, apoio psicológico e jurídico, fisioterapia especializada e terapias ocupacionais entre outros e pode ser consultada no site: http://www.abem.org.br/.

Nenhum comentário:

Postar um comentário