Era dezembro de 2005, logo
depois de ter sido informado em “off”, por um médico do trabalho de uma
empresa, que jamais seria contratado por problemas neurológicos, que resolvi me
tratar antes de tentar recolocação novamente.
Ainda acreditando no
diagnóstico inicial de pinçamento de nervo, eu procuro uma clínica ortopédica,
mas, ao me ver em meu estado atual, o ortopedista descarta o diagnóstico
inicial e me encaminha a um excelente neurologista.
O neurologista é um homem
frio, me examina, faz uma cara nada feliz, me questiona sobre meu histórico
médico, eu não tenho um histórico, jamais tive uma gripe na vida, mas, também
esta resposta leva ele a fazer uma cara nada feliz, eu deixo a clínica com dois
exames a fazer, uma ressonância magnética do cérebro e um exame de liqüor, o
líquido da medula espinhal.
Em janeiro eu retorno com
os exames, esperançoso por um remédio mágico que me devolva a saúde, afinal,
estamos no século 21. O médico coloca os óculos, abre os exames, volta a fazer
cara nada amigável, depois começa a proferir seu veredicto. Agora ele não
parece mais um médico, na realidade ele lembra um juiz da suprema corte norte
americana, proferindo uma sentença de morte.
Esclerose Múltipla é o
novo diagnóstico, eu tenho alguns pontos no cérebro, mas, a grande concentração
é na medula espinhal, lá é o ponto crítico. Ele me olha e diz: “... – nunca vi
uma lesão tão extensa que o paciente ainda ande, não posso curá-lo, no máximo
posso retardar o processo...”.
A terapia
mais comum se dá com beta-interferon, mas em meu caso a administração de um
imunossupressor potente é a mais indicada (terapia usada em casos de episódios
ou relapsos agudos). O médico diz ter pacientes, não tão graves quanto a mim, que se
tratam a dez anos de forma estável, eu o questiono ele diz tratar de seis
pessoas desta forma, três estão estáveis, um sem resultado favorável e dois
foram a óbito.
Aquilo é uma bomba atômica
explodindo em minha cabeça, eu tenho uma filha de 11 anos, eu queria vê-la se
formar, conduzi-la ao altar em seu casamento, queria vê-la tornar-se uma grande
mulher, queria ser o provedor da família como sempre fui.
E AGORA?
ESCLEROSE MÙLTIPLA
A esclerose múltipla (EM) ou em inglês (ME) é uma doença neurológica crônica, de causa ainda
desconhecida, com maior incidência em mulheres e pessoas brancas.
A doença ataca e destrói a
mielina que recobre e isola as fibras nervosas no cérebro e sistema nervoso
central (SNC). É como desencapar
fios em um complexo sistema eletrônico, causa curto e mau funcionamento.
Esta doença causa uma
piora do estado geral do paciente: fraqueza muscular, rigidez articular, dores
articulares e descoordenação motora. O doente sente dificuldade para realizar
vários movimentos com os braços e pernas, perde o equilíbrio quando fica em pé,
sente dificuldade para andar, tremores e formigamentos em partes do corpo.
Em alguns casos a doença
pode provocar insuficiência respiratória, incontinência ou retenção urinária,
alterações visuais graves, perda de audição, depressão e impotência sexual.
Nos estágios mais graves
da doença, pode ocorrer um comprometimento respiratório. Isto pode acarretar
episódios de infecção ou insuficiência respiratória, que devem ser tratados com
atenção e rapidez, para minimizar o desconforto do paciente e coibir uma piora
do seu estado geral.
Aqui no Brasil a organização
que presta serviços aos afetados por este mal, é a ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), ao qual sou
afiliado, esta entidade oferece palestras, apoio psicológico e jurídico,
fisioterapia especializada e terapias ocupacionais entre outros e pode ser
consultada no site: http://www.abem.org.br/.
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