sábado, 21 de novembro de 2015

DEFICIÊNCIA



Historicamente, o ser humano tem o costume de segregar tudo aquilo que não é igual, fato importante na formação de nossas sociedades, desta forma, é muito natural que que qualquer pessoa que apresente alguma deficiência seja vista não só como diferente, como também como incapaz.

Nesta sociedade, é muito difícil e complexo definir o deficiente, pois, qualquer "noção" ou "definição" de deficiência implica uma imagem que nós fazemos das pessoas deficientes. Sempre que usamos palavras do tipo "excepcional", "cego", "surdo", "inválido", "louco", "aleijado", "anormal" etc., temos em mente uma concepção daquilo que estas palavras querem dizer, é uma estereotipização.

Na década de 70, começou a se repensar que estes "termos" ou "definições" que não davam conta da realidade total e concretadas pessoas deficientes, podiam ser termos equivocados, podiam ser conceitos enviesados por concepções ideológicas ou podiam simplesmente ser palavras mal-acabadas que tenderiam a fragmentar a imagem dos deficientes.

Com o intuito de tentar precisar, as Nações Unidas se manifestaram em favor de lançar mundialmente o termo "pessoas deficientes". Surgiu a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1975, que proclama em seu artigo 1º, O termo “pessoas deficientes” refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades físicas ou mentais.

Por outro lado, a Organização Mundial de Saúde publicou em 1980 uma Classificação Internacional dos Casos de: 1) Impedimento, 2) Deficiência e 3) Incapacidade.

O impedimento diz respeito a uma alteração (dano ou lesão) psicológica, fisiológica ou anatômica em um órgão estrutura do corpo humano.

A deficiência está ligada a possíveis sequelas que restringiriam a execução de uma atividade.

A incapacidade diz respeito aos obstáculos encontrados pelos deficientes em sua interação com a sociedade, levando-se em conta a idade, sexo, fatores sociais e culturais.

A Declaração e a nova terminologia visam colocar fim à ambiguidade que os antigos "termos" suscitam, visam também precisar melhor quem é ou não é deficiente.

Culturalmente, contudo, a sociedade continua olhando aos deficientes, principalmente os portadores de deficiências mais graves, como incapazes, principalmente no mercado de trabalho, onde um mercado altamente competitivo continua por demais segregador.

Hoje os deficientes podem contar com toda uma gama de órteses e próteses, que podem capacitá-los total ou parcialmente, porém, estas, muitas vezes ainda são inacessíveis do ponto de vista econômico.

É necessário que os portadores de deficiências sejam educados e treinados a buscarem o seu limite e mostrem ao mundo superação e capacidade, onde a sociedade só espera incapacidade.

Esse vídeo é simplesmente fantástico:





Não devemos esquecer, que de certa forma, todos nós, por mais normais que nos achemos, somos de alguma forma deficientes, temos deficiência em entendermos algumas coisas, deficiência em praticarmos algum esporte e etc.

Recomendo a leitura do livro “As Cores do Sexo”,
Que trata dos polêmicos assuntos “sexo”, “deficiência” e "preconceito" e pode ser encontrado no link abaixo:

https://agbook.com.br/book/203360--As_Cores_do_Sexo


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