Historicamente,
o ser humano tem o costume de segregar tudo aquilo que não é igual, fato
importante na formação de nossas sociedades, desta forma, é muito natural que
que qualquer pessoa que apresente alguma deficiência seja vista não só como diferente,
como também como incapaz.
Nesta
sociedade, é muito difícil e complexo definir o deficiente, pois,
qualquer "noção" ou "definição" de deficiência implica uma
imagem que nós fazemos das pessoas deficientes. Sempre que usamos palavras do
tipo "excepcional", "cego", "surdo",
"inválido", "louco", "aleijado",
"anormal" etc., temos em mente uma concepção daquilo que estas
palavras querem dizer, é uma estereotipização.
Na
década de 70, começou a se repensar que estes "termos" ou
"definições" que não davam conta da realidade total e concretadas
pessoas deficientes, podiam ser termos equivocados, podiam ser conceitos
enviesados por concepções ideológicas ou podiam simplesmente ser palavras
mal-acabadas que tenderiam a fragmentar a imagem dos deficientes.
Com
o intuito de tentar precisar, as Nações Unidas se manifestaram em favor de
lançar mundialmente o termo "pessoas deficientes". Surgiu a
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembleia Geral
da ONU, em 9 de dezembro de 1975, que proclama em seu artigo 1º, O termo
“pessoas deficientes” refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si
mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social
normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não, em suas capacidades
físicas ou mentais.
Por
outro lado, a Organização Mundial de Saúde publicou em 1980 uma Classificação
Internacional dos Casos de: 1) Impedimento, 2) Deficiência e 3) Incapacidade.
O
impedimento diz respeito a uma alteração (dano ou lesão) psicológica,
fisiológica ou anatômica em um órgão estrutura do corpo humano.
A
deficiência está ligada a possíveis sequelas que restringiriam a execução de
uma atividade.
A
incapacidade diz respeito aos obstáculos encontrados pelos deficientes em sua
interação com a sociedade, levando-se em conta a idade, sexo, fatores sociais e
culturais.
A Declaração e a nova
terminologia visam colocar fim à ambiguidade que os antigos "termos"
suscitam, visam também precisar melhor quem é ou não é deficiente.
Culturalmente, contudo, a
sociedade continua olhando aos deficientes, principalmente os portadores de
deficiências mais graves, como incapazes, principalmente no mercado de
trabalho, onde um mercado altamente competitivo continua por demais segregador.
Hoje os deficientes podem
contar com toda uma gama de órteses e próteses, que podem capacitá-los total ou
parcialmente, porém, estas, muitas vezes ainda são inacessíveis do ponto de
vista econômico.
É necessário que os portadores
de deficiências sejam educados e treinados a buscarem o seu limite e mostrem ao
mundo superação e capacidade, onde a sociedade só espera incapacidade.
Esse vídeo é simplesmente
fantástico:
Não devemos esquecer, que de
certa forma, todos nós, por mais normais que nos achemos, somos de alguma forma
deficientes, temos deficiência em entendermos algumas coisas, deficiência em
praticarmos algum esporte e etc.
Recomendo a leitura do livro “As Cores do Sexo”,
Que trata dos polêmicos assuntos
“sexo”, “deficiência” e "preconceito" e pode ser encontrado no link abaixo:
https://agbook.com.br/book/203360--As_Cores_do_Sexo
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