segunda-feira, 14 de maio de 2012

Deficiência e Educação


A prefeitura de São Paulo está realizando um censo para mapear os deficientes que residem em nossa cidade, se você tem alguma deficiência e mora em São Paulo, clique no link abaixo e cadastre-se




Hoje meu comentário vai questionar a pior de todas as deficiências, a deficiência moral.

Quando falamos em deficiência moral no Brasil, quase de imediato nos vem alguns políticos na cabeça, mas, a política é o menor de nossos problemas, afinal, vivemos em uma democracia e a cada quatro anos podemos mudar o cenário, se não o fazemos então o problema está em nós mesmos.

É inadmissível, em pleno o século vinte e um, que não possamos sair de nossas casas com a camisa de nosso time por termos medo de sermos agredidos por alguém que torça por um time rival, que não possamos ir a um estádio com um amigo e sentarmos juntos, somente por que torcemos por equipes diferentes, que uma pessoa seja ofendida na rua por sua etnia, religião ou preferência sexual, que se trate com desprezo e indiferença aos deficientes.

Gente, moral, honestidade e educação, não são qualidades, são o mínimo que pode se esperar de um ser humano.

Quando eu me tornei deficiente físico, com o laudo médico em mãos, eu procurei o DSV, na Rua Sumidouro, nº 740, térreo, Pinheiros e solicitei meu cartão de estacionamento e o cadastramento de meu veículo para isenção de rodízio.

Informações e o formulário podem ser consultados no:


Somente de posse deste cartão você pode colocar o adesivo de deficiente no veículo e exigir seus direitos, mas, é ai que começa o martírio.


Embora todos os estabelecimentos comerciais que tenham estacionamento devam por lei destinar uma porcentagem de suas vagas a deficientes, muitos não a tem demarcada. Os que as tem, muitas vezes as tem somente para cumprir a lei e não se importam com a acessibilidade das mesmas.

Não existe fiscalização dos estabelecimentos nas vagas exclusivas, alguns colocam cones de borracha nelas, se o deficiente estiver só e se utilizando de um veículo adaptado terá que deixar o veículo para retirar o cone ou atropelá-lo. A maioria dos estabelecimentos tratam estas vagas com indiferença mesmo.

O maior problema, contudo, é a total falta de educação e respeito do povo em geral, ninguém respeita a vaga de deficiente, basta você ficar cinco minutos em pé em frente a uma que você verá todo o tipo de gente estacionar nela. 


Questionados ao descerem do veículo, as respostas são as mais criativas:


  1. Eu não reparei que era vaga para deficiente
  2. Eu só vou parar por um minuto
  3. Eu vim me encontrar com um deficiente
  4. Eu não vou demorar
  5. Sabe com quem você está falando?
  6. Eu sou idoso
Estas são as respostas mais comuns




Resolvi incluir este vídeo que recebi de um seguidor, trata-se de uma experiência e é muito legal espero que gostem:










Existem absurdos ainda maiores, são aqueles em que nossas vagas são usadas por quem deveria nos defender:







Existe um infindo número de relatos onde deficientes são agredidos fisicamente por reclamarem seus direitos.

Este ano um cinegrafista do jornal DFTV filmou a ministra Eleonora Menicucci utilizando uma vaga exclusiva para deficientes com um veículo da Secretaria para Mulheres, na 702 Norte em Brasília.





Esta é a nossa preparação para sediar, uma copa do mundo? Uma olimpíada? Uma para-olimpíada?

Ou é a simples mostra de nossa incapacidade de respeitar nossos próprios cidadãos? 

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